quarta-feira, 24 de setembro de 2008

“Deus me chamou para ser facilitadora de caminhos”


Atendendo ao pedido de minha amiguinha Renata, postei essa entrevista que é muito boa para que vocês possam apreciar.
Bjo!


A menina que aos doze anos revelou profeticamente aos pais que seria uma conquistadora de multidões consolida o seu ministério apostólico debaixo de uma unção de sabedoria e coragem inquestionável. Dona de uma simplicidade que lhe é peculiar, chega a esconder atrás de sua singeleza a tamanha ousadia que a fez abdicar dos seus sonhos profissionais para se entregar ao chamado de Deus. Mãe, esposa e discipuladora, Ana Marita Terra Nova revela os desafios de se conciliar tais funções, destacando os pontos mais marcantes da sua caminhada ministerial. Ao lado do esposo, Apóstolo Renê Terra Nova, Ana Marita protagoniza no Ministério Internacional da Restauração uma história de lutas, superação e abundante colheita


Geração Celular - Todos a conhecem como a Apóstola Ana Marita Terra Nova, entretanto, poucos têm conhecimento da trajetória trilhada para se alcançar tamanho êxito ministerial. Como se deu a sua chamada e o que a impulsionou a seguir a carreira da fé?

Apóstola Ana Marita - Na minha chamada inicial, como todo iniciante e seminarista, enfrentei dificuldades. Quando decidi ir para o Seminário, debaixo de um comando divino, a igreja me enviou pagando somente os estudos. Para minha manutenção pessoal, fui ajudada em parte pelo meu pai e meu avô e, nas férias, além de todos os familiares levantarem recursos, eu trabalhava nos campos missionários.
Quando casei, vendia Natura e era manicure, para sobreviver com meu amado esposo no Seminário. Nossa vida era muito pacata, não tínhamos recursos financeiros, contudo o nosso curso foi feito no padrão de excelência por milagres diários que Deus realizava. Acredito nos milagres divinos. Ele nos honrou em tudo e não nos deixou faltar absolutamente nada.
Meu êxito ministerial tem dois focos. Primeiro, o entendimento que a alma generosa essa prosperará, e concomitantemente nessa ação social, Ele me deu o dom de socorro e misericórdia.

Segundo, a ajuda irrestrita ao meu marido para que ele corra. Na verdade, sou como uma facilitadora. Em meu aniversário, o Apóstolo Marcel, meu filho, disse: ‘Nos Céus da Mãepóstola, todos podem brilhar’. Digo que isso é verdade, pois, creio que Deus me chamou para facilitar caminhos. Conhece o meu esposo? Pois é, eu renunciei o meu caminho para que ele corresse mais veloz. Não me anulei nos meus sonhos como mulher, esposa, mãe ou discipuladora. Esperei com paciência no Senhor o momento certo de avançar, e sei que Ele tem grandes coisas reservadas para mim. Apenas ando no propósito que Ele me chamou. Estou disponível para que Ele possa me usar como quiser, pois pertenço totalmente a Ele.
Essa é a Ana Marita que poucos conhecem. Nesse chamado, cumpro quatro propósitos, exercendo com amor o papel de mulher, esposa, mãe e discipuladora. Amo ser Pastora, uma formadora de geração.

Geração Celular - A ousadia em responder “sim” ao chamado ministerial é uma decisão permeada de coragem, confiança e amor ao Reino de Deus. Dessa mesma forma, uma atitude que traz em si um peso de renúncia muito grande, sobretudo para quem começou a missão ainda na juventude. Quais foram as abdicações mais difíceis que a senhora teve que fazer?

Apóstola Ana Marita - Meu sim para Deus foi dado desde o primeiro momento em que recebi o chamado para o ministério, em um culto de celebração, em 1981, no dia de Missões Nacionais na Igreja Batista em Itajibá-BA, cidade onde eu morava. Desde lá, nunca tive dúvida do que Deus tinha para minha vida; jamais desviei do meu propósito e da minha convicção da chamada. O meu amor pelo Reino era e continua sendo imenso. Toda a minha trajetória foi permeada de uma coragem que não era minha, mas concedida pelo Senhor Jesus.
Na época, tive que deixar minha igreja, minha família e as pessoas que eu amava, para atender ao chamado, indo estudar em Recife, uma cidade distante onde eu não conhecia ninguém e tinha pouca experiência. A maior renúncia seria deixar a minha cidade com um conjunto de coisas novas que estaria aprendendo na igreja, assim pensava eu, e também ter que deixar o meu pai e os meus quatro irmãos mais novos.
Tinha como projeto ser médica, profissão que me fascinava. Estava com tudo certo para receber uma formação acadêmica em Salvador, e abdiquei desse propósito em função da minha carreira vocacional e o chamado que recebi do Senhor Jesus (Atos 20:24).

Em nenhum momento, titubeei porque o mesmo Deus que me chamou me revestiu de uma coragem indubitável, fortalecendo-me para os momentos difíceis. Hoje com uma visão mais ampla posso dizer: É melhor obedecer do que sacrificar. Mais importa servir a Deus do que a homens.

Geração Celular - Dentro das suas experiências com projetos missionários de evangelismo no Nordeste do Brasil e também fora do país, quais foram os elementos que lhe foram adicionados e refletem como soma ao seu ministério hoje?

Apóstola Ana Marita - Todas as novas esferas que a própria experiência de vida nos oferece, cada uma delas nos leva a um nível de amadurecimento e novas descobertas de horizontes a serem conquistados. Na execução de inúmeros projetos desde o tempo de estudante no Seminário de Educadoras Cristãs até os nossos dias, uma das coisas que mais me fascina é ver que o Reino de Deus é imutável e que todos os lugares precisam da real conduta e testemunho ilibado das pessoas que se dispõem a realizar o trabalho missionário.

Um dos elementos adicionados ao meu ministério hoje fala da fé que devemos ter uma fé sem limites. Outro elemento é a tomada de consciência de que, para cada lugar, devemos estar com a armadura de Deus e não podemos subestimar o nível de ataque do inimigo com seus principados. E por fim, a importância do trabalho em equipe que é e continua sendo fundamental para nos reconhecermos como amigos e irmãos em Cristo, um considerando o outro superior a si mesmo, como ensina a Bíblia.


Geração Celular - Quais as maiores dificuldades encontradas para se conciliar as tarefas de mãe, esposa e Apóstola de um dos maiores ministérios do Brasil?

Apóstola Ana Marita - Essa pergunta é uma das mais difíceis para ser respondida e a mais curiosa por exigir uma resposta satisfatória para as mulheres. Como toda mulher tem dificuldades, eu também não poderia ficar de fora. Confesso que no início não foi fácil e hoje também não continua sendo.
Porém, existe um dom na Bíblia chamado de dom da sabedoria, e é nele que eu me apego. Uma das chaves que me tem sustentado para conciliar todas essas situações, também, é a oração. As dificuldades existem e sempre vão existir, enquanto formos gente. Elas existem para nos amadurecer e nos levar a alcançar o propósito.

Sem nenhuma demagogia, eu não encaro as funções que desenvolvo como dificuldades ou tropeço, porque amo ser esposa, mãe, Apóstola e Pastora.

Procuro administrar da melhor forma possível, principalmente dando uma assistência maior quando estou distante de casa, mesmo no Brasil ou em outro país. Os meios de comunicação atuais são uma bênção para todos nós. Mas, o que mais me traz conflito é estabelecer uma ordem e essa ordem não ser cumprida, ser violada ou desobedecida.

Geração Celular - Como foi receber a unção pastoral num tempo em que as mulheres ainda viviam sob um alienado estereótipo de que essa seria uma função destinada apenas aos homens?

Apóstola Ana Marita - Quando eu recebi a unção, já havia alguns anos que estava exercendo a função do pastorado, mas não de fato, porque ainda não havia recebido a imposição de mãos com o óleo.

Fui agraciada por Deus e privilegiada, porque quem me ungiu foi o Apóstolo René e a Apóstola Valnice Milhomens a qual tenho como um referencial para minha vida. Na época, eu não estava preocupada com o estereótipo, pois da forma como Deus confirmou a chamada pastoral, não era necessário duvidar de mais nada; era crer somente no que Ele iria ministrar e fazer na minha vida a partir daquele novo momento. O meu coração estava escancarado para receber as novidades d’Ele.

Após a forte experiência de uma confirmação individual (eu e Deus) jamais poderia dizer ‘não’ para aquele momento. Na teoria, poderia até pensar que o chamado era somente para os homens, porém tudo estava provando na prática, a partir da Bíblia, que Deus deixou e apoiou o ministério feminino. A forma como Deus tem chamado e usado poderosamente às mulheres no Brasil e no mundo é a prova maior dessa verdade.


Geração Celular - A senhora é testemunha ocular e ativa desde o processo de fundação da Igreja da Restauração. Contudo, sabe-se que os caminhos para se alcançar grandes vitórias nem sempre são aplanados e os desafios são sempre constantes. Como é para a senhora relembrar o passado e contemplar os resultados do Ministério hoje?

Apóstola Ana Marita - É salutar e ao mesmo tempo gratificante poder ser testemunha e participante do processo de nascimento e fundação da Igreja da Restauração. Quando começamos, fomos apanhados com muitos desafios, porém a maior arma que temos é a palavra liberada no tempo oportuno deixando cair a semente em terreno fértil. A linguagem sã e pura faz parte do poder da palavra. Todo nosso começo foi fundamentado no poder da Palavra. Ao longo dessa trajetória, tivemos alguns problemas que apareceram para desviar nossa atenção dos propósitos e do foco. Mas o nosso Deus, sendo o Maior, nos deu escape em todos eles.
Relembro o passado, e vejo que naquela época já tínhamos em mente que teríamos um futuro brilhante e promissor. Andávamos na certeza da vitória garantida. Dessa forma, é bom pensar que o passado contribuiu para o avanço e para as conquistas dos desafios. Somente assim, podemos reviver o passado, pois de outra forma o passado para nós não tem validade alguma.
Contemplar hoje o êxito do Ministério Internacional da Restauração é motivo de vivermos honrando o nome do nosso Deus que tem feito grandes coisas.


Geração Celular - A Visão Celular foi uma ferramenta essencial para alavancar o crescimento do Ministério Internacional da Restauração, todavia, a chegada do “novo”, bem como a sua aceitação não se deu de forma unânime. Como foi para o MIR, ministério pioneiro dentro desse modelo, superar todas as críticas e duras retaliações?

Apóstola Ana Marita - Nesse mês de julho, o MIR completa dez anos na Visão Celular. Quando começamos na Visão, o MIR já era próspero. Tínhamos em nossa membresia cerca de 6 mil discípulos que caminhavam fielmente conosco. Trabalhávamos na época com os Grupos Familiares, que já considerávamos um êxito para a igreja local. A Visão chegou na hora certa, foi como uma ferramenta que Deus usou para a Igreja de Jesus e não só para a Restauração.

Abraçamos tudo que a Visão tinha para oferecer, entramos de cabeça, com toda garra. Enquanto os outros falavam se ia ou não ia dar certo, nós corríamos crendo que estava dando certo.

Hoje a prova esta aí para todos verem. Nós nos agarramos nas vestes de Jesus e clamamos por Ele, e o Senhor, na Sua infinita graça e misericórdia, ouviu o nosso clamor. Ele nos vestiu com novas vestes de louvor e transformou o nosso choro, o nosso pranto em alegria. Louvado seja o Seu Nome para sempre!


Geração Celular - A mídia evangélica brasileira assim como algumas denominações não poupou comentários e afrontas no tocante à fase inicial de implantação da Visão Celular. Como líder e representante desta visão no Brasil, o Apóstolo Renê Terra Nova foi muito censurado. De que forma, a senhora não apenas como líder ajudadora do Apóstolo, mas como esposa enfrentava essas situações?

Apóstola Ana Marita - Enfrentava as situações com o perfil de uma mulher cristã. Lembrava de Neemias quando estava construindo os muros de Jerusalém. Enquanto Sambalate, Tobias e Gesen falavam, ele não dava ouvido, continuava trabalhando. Enquanto as pessoas falavam, no meu coração não havia raiva delas, nem sentimento negativo de vingança.

Passamos muitos desafios em Manaus assim que chegamos nesta terra, e entendo que eles foram um treinamento para este momento. Nós abençoamos todos aqueles que se levantaram para falar, pois sabíamos onde eles iriam chegar. Por aqueles que se diziam inimigos, que nós não os tínhamos como inimigos, eu sentia compaixão.

Renê também sempre abençoou essas pessoas e eu, não na minha limitação de mulher, mas na minha coragem de esposa fazia de tudo para que ele ficasse tranqüilo. Não instigava o assunto, nem murmurava, antes, dava todo o apoio para que ele fizesse o que deveria ser feito. Deixei que ele avançasse e fiquei como uma coluna de apoio para fazer o que deveria ser feito em Manaus enquanto ele se doava pelo Brasil afora ajudando outros ministérios. A minha ausência em muitas viagens não foi negligência da minha parte, foi necessidade de haver uma consolidação na família, pois minhas filhas eram muito pequenas, e oferecer apoio à igreja local.

Geração Celular - Obstáculos superados, o casal Terra Nova completa agora 16 anos à frente da igreja. O MIR se consolida como um ministério frutífero, maduro e apto a romper rumo à conquista de novos territórios. O que a senhora espera a partir de agora, quais os desafios futuros que impulsionarão esse ‘mover’ por todo o Brasil e nações?

Apóstola Ana Marita - O que temos ainda não é o bastante para dizermos que estamos prontos. Cremos que o melhor de Deus ainda está por vir. Estamos em meio a um processo de aprendizagem e consolidação na preparação e capacitação dos novos líderes que estão surgindo e o aperfeiçoamento daqueles que já estão no processo.
Deus nos abençoou em todo esse tempo com um grande crescimento e multiplicação, uma igreja frutífera, porque temos buscado preparação como líderes principais em outros lugares renovando nossa vida espiritual, ampliando o que já temos, aprendendo com grandes líderes mundiais. Um dos êxitos da nossa liderança é que a Igreja da Restauração investia nos líderes em tudo, inclusive financeiramente, enviando para congressos, viagens para que eles pudessem aprender e crescer. Isso abriu a mente da igreja e da comunidade. Um líder passou a investir no outro quando necessário para congressos e eventos em beneficio da Visão. A nossa maturidade hoje, esse crescimento frutífero, é respaldado em toda essa caminhada de investimento. Nunca fomos egoístas, sempre demos para outros o conteúdo, a experiência de liderança que tínhamos, pois queríamos multiplicar isso e fazer com que outros tivessem êxito também em seus ministérios.

Agora estamos em um novo tempo, como é mister que todas as igrejas cresçam e que cada uma tenha o seu objetivo proposto ano após ano. Está chegando um novo momento para nós: o Mover Urbano, onde teremos líderes consolidados que vão abençoar a cidade nos pontos estratégicos.
:::Site do MIR:::

2 comentários:

Anônimo disse...

Primeiro gostaria de por ter aceitado a minha sugestão e segundo, que eu fiquei impactada com essa entrevista.

Nazaré de Souza disse...

Acho que ela é uma exemplo a ser seguido...Talvez isso seja ser uma mulher virtuosa.